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TEORIAS DO TEMPO
19.06.2021 - Garmin
Às vezes, no finalzinho da madrugada - nos últimos tempos tem acontecido todos os dias - acordo logo antes do sol nascer sem que haja nenhum despertador para me avisar. O quarto ainda está escuro, penso que o sol deve estar nascendo e logo me vem a vontade de abrir as janelas para vê-lo aparecer brotando no horizonte. Posso estar sonhando. Verifico o horário no relógio de pulso que sempre deixo por perto - não no celular, para que o brilho da tela não estrague meu sono. Nesses momentos tenho a mais clara e assustadora compreensão de que o tempo se movimenta em apenas uma direção.
No início, bem antes disso, talvez não houvesse tempo. Antes de tudo isso, quando não existia nada. Nem matéria, nem movimento, nem mudança, nem tempo. Talvez alguém possa imaginar como seria isso. Eu não consigo. Como pode alguma coisa aparecer do nada com o tempo se o tempo nem existia?
Comecei a usar relógio de pulso pela primeira vez esse ano, não tem tanto tempo, começou na tentativa de calcular e controlar as minhas caminhadas e corridas matinais. Estar junto dele é algo estranho. Depois de um tempo me adaptando, passei a me sentir bem em andar com o tempo amarrado no meu pulso. O relógio que carrego comigo parece que tem vida própria - virou um grande amigo. Ele faz barulhos para chamar a minha atenção, parece que conta coisas que eu mesma não sabia sobre mim. Ele está sempre ali grudado no meu corpo. Antes desse relógio o tempo me parecia um fenômeno externo, algo que eu poderia retirar de mim, abandonar ou deixar pra trás quando bem queria. Agora, quando vou pra algum lugar, estou sempre impregnada de tempo.
Às vezes, no finalzinho da madrugada - nos últimos tempos tem acontecido todos os dias - acordo logo antes do sol nascer sem que haja nenhum despertador para me avisar. O quarto ainda está escuro, penso que o sol deve estar nascendo e logo me vem a vontade de abrir as janelas para vê-lo aparecer brotando no horizonte. Posso estar sonhando. Verifico o horário no relógio de pulso que sempre deixo por perto - não no celular, para que o brilho da tela não estrague meu sono. Nesses momentos tenho a mais clara e assustadora compreensão de que o tempo se movimenta em apenas uma direção.
No início, bem antes disso, talvez não houvesse tempo. Antes de tudo isso, quando não existia nada. Nem matéria, nem movimento, nem mudança, nem tempo. Talvez alguém possa imaginar como seria isso. Eu não consigo. Como pode alguma coisa aparecer do nada com o tempo se o tempo nem existia?
Comecei a usar relógio de pulso pela primeira vez esse ano, não tem tanto tempo, começou na tentativa de calcular e controlar as minhas caminhadas e corridas matinais. Estar junto dele é algo estranho. Depois de um tempo me adaptando, passei a me sentir bem em andar com o tempo amarrado no meu pulso. O relógio que carrego comigo parece que tem vida própria - virou um grande amigo. Ele faz barulhos para chamar a minha atenção, parece que conta coisas que eu mesma não sabia sobre mim. Ele está sempre ali grudado no meu corpo. Antes desse relógio o tempo me parecia um fenômeno externo, algo que eu poderia retirar de mim, abandonar ou deixar pra trás quando bem queria. Agora, quando vou pra algum lugar, estou sempre impregnada de tempo.